quarta-feira, 4 de março de 2009

Quebrando as correntes

“Que menina linda!”
Costumavam balbuciar ao vê-la passar. Era quase que um mantra que se repetia por onde quer que fosse. E engana-se quem acredita que só os homens lhe diziam isso. Sim, as mulheres também se rendiam a graciosidade do seu sorriso e com sua irritante habilidade de convencer a todos, seja por simpatia, seja por convicção. Não era teimosa. Gostava de defender seus interesses e tinha profundo apego por suas idéias. Sua fonte inesgotável de criatividade dava vida aos seus temores, tornando-a frágil, ao mesmo tempo em que vivia seus maiores desejos. Era capaz de passar horas em um conto de fadas que jamais existira, sem a menor decepção quando, por fim, percebera que estava de olhos fechados.

Cresceu dona de passos firmes, andando com a competência e elegância de quem sabe aonde quer chegar e, principalmente, como. E consegue! Não há como duvidar da sua inteligência. Notória. Orgulha-se de ter conquistado uma carreira e sabe-se que ainda pode ir mais longe. E irá!

Mas, um certo desconforto paira quando indagada sobre um namorado...

Nem sempre foi assim. Houve aqueles que tentaram mais do que alguns minutos de sua atenção. Houve aqueles que conseguiram. Contudo, não entendiam que para o encanto permanecer era preciso deixá-la ser o que sempre foi. Era preciso não sucumbir ao desejo de aprisioná-la.

Antes, o que era admiração, virou objeto de discussão. Cada dia mais, aquelas características que outrora o fizeram se apaixonar se perdiam em um monte de palavras infundadas. Dizia ela que ao se olhar no espelho, não se reconhecia. As vozes, tão rotineiras, se calaram.

E já não era sem tempo, não teve medo. Fincou no chão o salto 15cm do seu scarpin favorito e saiu, sem sequer bater a porta. Àquela altura, a insignificância era tamanha que nem valeria à pena.

Ela redescobriu o seu valor. Não tem a menor pretensão de encontrar alguém perfeito porque quando se interessa por um homem vê nele o melhor que ele pode se tornar, para ele mesmo e para a vida. E, o mais importante, não poupa esforços para que isso aconteça. Segura de si, ela não tem pressa. Retomou o seu caminho e preferiu não levar suas armaduras. Sabe que jamais precisará se tiver ao lado alguém que queira fazer o mesmo por ela.

Texto inspirado no artigoMulher Alfa e seus efeitos nos homenspublicado por Dr. Love, personagem fictício, que assina a coluna no site Papo de Homem.

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