sexta-feira, 31 de julho de 2009

Cafas: por que não eles?

Ai, os cafajestes. O que seriam das mulheres sem esses seres repugnantes e incrivelmente fascinantes. Sim, os cafajestes. Aqueles que te fazem sofrer, chorar e jurar que você nunca mais se envolverá com ninguém. Aqueles que um dia depois de ter levado você aos céus, a jogará no inferno sem direito a uma breve estadia no purgatório, sem direito a misericórdia.

Eu desconfio que os cafas são tão atraentes porque eles desafiam a nossa natureza competitiva. É muito mais prazeroso dizer que o cafa está no seu pé há semanas do que dizer que aquele carinha fofo não desencana. Obviamente, porque para cada cafa existe, no mínimo, outras duas rivais. Conquistar o cafa é vencer todas elas sem descer do salto agulha.


Você pode até resistir, mas por que faria isso?

Os cafas são predadores perfeitos, sempre prontos para atacar. E o que eu acho mais incrível é que a natureza simplesmente age a favor deles. Cafas são incrivelmente lindos, tem uma voz sedutora, são atenciosos, divertidos, inteligentes. Os cafas ouvem a mulher e lembram dos assuntos conversados posteriormente, só para que ela se sinta confiante. Os cafas sabem como segurar uma mulher, envolvê-la nos braços, aconchegá-la em seu peito. Os cafas ligam no dia seguinte, eles olham nos olhos e sabem o momento exato de beijar. Aliás, os cafas não beijam, eles avançam até um limite tentador para que nós os beijemos.

Confesso que entendi arte que existe em ser um cafa depois que descobri que os homens poderiam ser os melhores amigos de uma mulher. Ah, isso é outra coisa que as pessoas ignoram: eles são fiéis aos seus amigos, mesmo que elas sejam mulheres. Se um cafa tem consideração por você, ele não vai poupá-la de todos os detalhes sórdidos de sua vida, irá apresentá-la a um mundo totalmente obscuro, habitado por mulheres recalcadas. Dizem as más línguas que os cafas foram os responsáveis pela revolta das mulheres que na década de 60 assumiram uma postura feminista diante do mundo, queimando sutiãs em praça pública.


As promessas de um cafa podem revolucionar o mundo!

Por favor, não confunda um cafa com um pegador. Cafas podem ser pegadores, mas os pegadores jamais serão cafas. Pegadores são meros aspirantes: impressionam pelo visual, têm a pegada, mas são broxantes quando abrem a boca. Em geral, pegadores servem para fim de festa e, invariavelmente, recebem telefones errados. Fato!

Eu realmente nunca pude culpar um cafa por falsas promessas. Até porque, depois de anos fazendo parte do convívio deles, acho que já consigo reconhecer os sinais. O que eu costumo dizer é o seguinte: mulheres são iludidas por natureza, é incorrigível essa nossa habilidade de fantasiar finais felizes. Então, pra quê temer o cafa? É mais provável que você se decepcione pelo excesso de expectativa do que pelo moço, propriamente dito.

Se acontecer de um cafa entrar a sua vida, relaxe e curta o momento. O máximo que pode acontecer é você precisar sufocar a saudade com algumas barras de chocolate.


sexta-feira, 17 de julho de 2009

It is sunny



Talvez, eu devesse me importar com as coisas que realmente fazem diferença.
Falar sobre a crise, corrupção, fome, Influenza A . Discutir temas que ainda são tabus como a homossexualidade, aborto, eutanásia. Refletir a interferência da tecnologia como fator determinante ao comportamento da sociedade em seu modus operandi. Mas, nada disso parece ter a menor relevância para mim.

Existem tantas coisas que me incomodam verdadeiramente, tantas injustiças que me embrulham o estômago e fazem com que eu tenha raiva do meu egoísmo, por pensar só nos meus problemas tão insignificantes diante das dores que afligem o mundo. E nem assim, eu consigo me convencer de que eu não tenho problemas.

Realmente, é difícil entender essa necessidade de olhar para o próprio umbigo. Difícil assimilar a prepotência que carregamos quando achamos que os nossos problemas são os mais complexos de se resolver. E, talvez, sejam mesmo. Afinal, quem quer solução para os seus problemas? Quem quer uma vida plena e feliz, livre de preocupações que invadem a rotina e consomem a sua estranha paz?

Estamos acostumados com o caos. Somos tão íntimos dessa realidade desatinada que ficamos desorientados só de imaginar uma vida tranquila. Somos obrigados a manter a desordem em nossa vida financeira, pessoal ou profissional só para não nos perdermos da rotina.

Não queremos mudanças, por mais que esteja ao nosso alcance, porque com ela não sabemos lidar. Ela nos provoca medo, ansiedade, porque ela não faz promessas. As mudanças chegam faceiras e vão embora quando bem entendem, sem dar quaisquer satisfações, deixando apenas a pergunta: isso já não aconteceu antes?

Que importância tem o mundo para você? Qual é a diferença entre fazer o que tem que ser feito e fazer o melhor se o resultado é sempre o mesmo? Por que se preocupar com o sentimento de alguém se todos estão programados para sorrir?

Estou me acostumando a ver os dias ensolarados. É mais simples mostrar as pessoas o que elas desejam ver e dizer a elas o que querem ouvir, do que entender o que está errado. Tudo é tão artificial que se tornou quase impossível distinguir entre a verdade e a ilusão.

Nos tornamos máquinas, insensíveis à dor, ao desprezo, à indiferença, às tristezas. Deletamos quaisquer vestígios de emoção para parecermos inatingíveis. Parecemos robôs programados para rir mesmo quando somos consumidos pelo desespero, simplesmente, para não mostrar nossa natureza frágil.

Cultuamos o sol porque ele brilha até quando os dias estão nublados. Fazemos dele nosso principal cartão de visita para que ninguém perceba a tempestade que cai. Assim, podemos lavar a alma, com a certeza de que existe um arco-íris para ser contemplado.


sexta-feira, 3 de julho de 2009

O errado pode dar certo



Definitivamente, eu resolvi me desvencilhar do meu sexto sentido. E sabe o que eu espero ganhar com isso? Nada! Aliás, nada do que eu esperaria ganhar caso estivesse atenta aos sinais.

É simples de entender: nos últimos meses, tudo que eu tenho feito é esperar. Espero a pessoa certa, o momento certo, escolher as palavras certas, tomar a decisão certa. O pior é que todas as vezes que minha intuição diz que estou no caminho certo, tudo dá errado. Então, decidi simplesmente fazer tudo errado para ver se alguma coisa dá certo.

E, por incrível que pareça, fazer tudo que não me parece aconselhável tem me deixado particularmente satisfeita. Acho que é porque fazer escolhas que nem sempre parecem ser as melhores, muitas vezes terminam de um jeito muito melhor do que se espera, exatamente por não haver espera.

É engraçado como simplesmente ignoramos a intuição quando queremos muito que algo aconteça. Fingimos ouvi-la para continuarmos motivados com a nossa escolha, quando na verdade estamos atentos apenas às expectativas.

Criamos uma fantasia tão confiável que é quase possível tocá-la. E sempre que as coisas começam a indicar que o final não será tão lindo como você acredita, chegam as desculpas: “não sei explicar, mas algo dentro de mim me diz que vai dar certo”.

Sério, deveríamos ser equipadas por sirenes que disparariam todas as vezes em que falássemos um absurdo desses. Mas deveria ser um alerta tão ensurdecedor que seria capaz de causar um abalo sísmico. E ainda, assim, eu desconfio que arrumaríamos uma desculpa para o alarme ter disparado em uma situação tão segura.

Quando queremos acreditar em alguma coisa, simplesmente, acreditamos. Não adianta pedir conselho, buscar sinais, farejar rastros. Mesmo diante de um holofote, você ainda ignorará completamente todas as evidências e vai seguir determinada, até que você se cansar com uma frustração após a outra.

E foi depois de tantas investidas mal-sucedidas que optei apenas por fazer o que tenho vontade, sem ficar conjecturando as consequencias. O engraçado é que em alguns momentos, a certeza de que estou fazendo a escolha errada é a minha maior motivação para continuar, como se fosse uma forma de provar a mim mesma que, na verdade, era eu quem estava errada.

Até quando isso vai funcionar, eu não tenho a menor idéia, mas às vezes tudo o que se tem a perder é tão pouco perto do que se pode ganhar que vale a pena o risco. Porque se parar para pensar, nada é certo nessa vida,. Certo mesmo é o presente, a vontade que explode, o desejo que consome, o momento que não espera... É viver cada dia ao invés de esperar pelos dias em que tudo dará certo.

Talvez, seja mesmo o errado aquilo que nos falta para que as coisas comecem a funcionar certo para a gente.


 
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