sexta-feira, 12 de junho de 2009

Coisas do amor


- Oi, você sumiu! Está fugindo de mim?
- Resolvi me afastar.
- Por quê? Alguma coisa que eu disse?
- Não. Acho que assim você vai perceber que sou eu o seu verdadeiro amor.

Silêncio.

Depois disso, o que mais há para falar? 

- Olha, me desculpa, mas eu não vou cair nessa história de novo!

Apesar de relutar em ouvir isso, as palavras ecoam na minha cabeça. Inacreditavelmente, parece que o meu cérebro sumiu e, com ele, todo o conjunto de ossos que o protegem. Agora só existe um grande oco. E as palavras ecoam... 1, 2, 15, 50, 10 mil vezes. Parece não encontrarem um limite.

Acabo me desconcentrando do trabalho. Eu não quero mais pensar nisso, mas é quase involuntário. Eu me esforço. Acaba a conversa. Será que eu poderia ter dito algo? Não. Qualquer coisa que dissesse pioraria a situação.

Ele não precisa saber do quanto suas palavras me atormentam. Na verdade, sempre me atormentaram, mas ele também nunca soube disso. 

- Eu tenho certeza do meu amor por você desde a primeira vez que te vi.

Apenas sussurro algo como “Faça o que quiser”. Um certo desdém soa dos meus lábios, apesar do meu coração bater mais forte do que a bateria de escola de samba. Aparentemente, estou calma. De alguma forma, consigo esconder o sangue que deixa as minhas bochechas rosadas. 

Você realmente não precisa saber do que eu sinto. Não cuidaria do meu coração como ele merece. Algum dia suas palavras não terão mais efeito sobre mim. Algum dia deixarei de pensar em você. Algum dia. Hoje ainda não. Enquanto espero, continuo escondendo as palpitações do meu coração. É melhor que você encontre o desprezo em minhas palavras. 

Mas a sua falta permanece. 

- Te amo, porra.
- Eu também.


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