terça-feira, 4 de agosto de 2009

Solteira, sim?!


Eu sempre costumo dizer que difícil não é ficar sozinha (o). Difícil mesmo é namorar.

Ficar sozinha (o) é simples: você vai aonde quer, chega quando quer, bebe o que quer, come quando tem vontade, beija quem quiser, dar para quantos merecer e vai seguindo, fim de semana após fim de semana, sem ter a preocupação de dar satisfação da sua vida. Porque nesse estágio você ainda pode chamar sua vida de sua.

Agora, arrume um namorado (a) e prepare-se para as concessões. É claro que existem inúmeros pontos positivos em um relacionamento. Mas, a verdade é que abdicar das suas preferências, fazer a vontade do outro, suportar as investidas alheias, aturar as discussões tolas que invariavelmente se tornam homéricas, e todas aqueles rituais de um relacionamento é um tanto quanto sacrificante.

Por favor, entenda: não estou dizendo que é melhor ficar solteira. Estou dizendo que é mais simples. E é por ser tão fácil que a solidão vicia. Pessoas que ficam solteiras por muito tempo perdem o interesse ou paciência de encontrar alguém. E quando encontram, estão tão confortáveis às suas regras que simplesmente não conseguem abrir espaço e permitir que outra pessoa compartilhe da sua companhia.

A solidão só incomoda no início. Depois que se aprende a conviver consigo mesmo, ela se torna tão conveniente que você começa a ter medo de se apaixonar.

Esses dias uma amiga terminou um namoro de pouco mais de um ano. Como se não bastasse o sofrimento que ela estava passando por ter que enxergar o fim prematuro do seu “felizes para sempre”, ela teve que engolir a reviravolta do cidadão que em menos de um mês já estava conhecendo outras pessoas, digamos, mais profundamente. Eu nunca estive mais feliz na minha vida do que naquele momento. Por favor, eu não estava me deliciando com a desgraça alheia, longe disso! Eu estava com tanta pena dela que mal conseguia esconder a minha satisfação em não ter que passar por isso, de novo.

Ficar sozinho não é só bom, é necessário. É um tempo exclusivamente seu, para ser destinado ao seu autoconhecimento. Quando você está sozinho pode avaliar melhor o que acha certo e errado, ou que admira e o que critica, o que te faz bem e o que te faz mal, o que você precisa ou não para ser feliz. E, me desculpe a prepotência, mas não existe a menor possibilidade de descobrir isso engatando um namoro em outro.

Eu não acredito que as pessoas possam fazer outras pessoas felizes. Acredito que quando estamos felizes, somos capazes de dividir a nossa alegria com outras pessoas, e essa reciprocidade faz parecer que é a outra pessoa que está nos causando o sentimento. Quando você começa a perceber que é capaz de ser feliz sozinho, fica imaginando um motivo maior para escolher entrar em um relacionamento. É nesse momento que escolher a solidão parece ser a opção mais viável. Parece. Não se engane: carinho e afeto são imprescindíveis a natureza humana tanto quanto comer, beber e respirar.

É impossível passar uma vida inteira sem ter tido pelo menos uma decepção amorosa. Permita-se ter o tempo necessário para se refazer, se perdoar e se livrar dos ressentimentos. Passado, seja forte o suficiente para encarar uma nova paixão. Com o tempo a gente aprende, principalmente, que não é preciso um rótulo para se viver uma história. E que estar solteiro é só um termo que não invalida as suas perspectivas, esperanças, sonhos ou promessas de amor.


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