quinta-feira, 26 de março de 2009

As cartas que eu nunca recebi

Talvez seja por um descuido meu, talvez sejam as consequencias de um mundo tecnológico, mas sinto as relações cada vez mais líquidas. E não por fluírem com facilidade, pelo contrário, elas parecem nunca terem se caracterizado uma relação para poderem se dar ao luxo de fluir.

Eu não sei bem quando um encontro foi substituído por uma visita ao orkut, mas tenho convicção de que é mais normal do que parece. Basta uma olhadinha básica e, pronto, foi-se a saudade, a curiosidade e qualquer chance de um contato. Se houver um pouquinho mais de disposição, quem sabe, você não é contemplado com um recado. E dê-se por satisfeito!

Sinceramente, esses canais virtuais são ainda mais depressivos que uma foto. Pelo menos, com a foto, existe uma lembrança, um momento, um vínculo. Uma página de orkut é só um layout na tela do seu computador, você é só uma foto preenchendo o espaço reservado aos amigos, e nada daquilo é real, sequer, tangível.

Lembro, em especial, de duas cartas que recebi na adolescência, quase simultaneamente (deve ter sido a passagem de um cometa que causou uma inspiração mútua... É a única explicação que encontro para tal acontecimento). A primeira chegou com 4 anos de atraso. Um antigo namorado enviou contando-me que o nosso término tinha servido para ele dar mais valor as coisas que possuía. Chorei, mas chorei muito ao lê-la. Não porque era apaixonada pelo rapaz, mas por ver sua letra trêmula no papel, por um pequeno coração que ele havia desenhado no canto da folha, quase imperceptível, pelo carimbo do envelope de Ouro Preto. Estava tudo ali, eu o reconhecia em cada detalhe daquela carta e chorei por ter sido feliz, por ver o carinho que ele tinha pela nossa curta história.

A segunda, chegou quase uma semana depois, era do meu exnamorado. Ao pegar o envelope, estremeci. Recordo perfeitamente como se tivesse acabado de acontecer. Ao abrí-la, uma folha frente e verso totalmente preenchida. Ele detestava escrever, não mostrava muito seus sentimentos, e para ele a condição “namorando” já era substancialmente uma prova de amor e, portanto, impassível de ser discutido. A carta começa assim: “Agradeço a Deus por ter você em minha vida, pois foi com a sua chegada que aprendi o que significa amar”... Fazem 7 anos que eu as recebi e sempre que as leio, sinto a mesma emoção.

Não que eu seja piegas, só estou tentando compreender como alguém consegue sufocar a saudade com uma janelinha de MSN. E ainda assim, inúmeras pessoas se apaixonam todos os dias dessa maneira. Ah, Ok! Eu confesso: já me empolguei com uma janelinha de MSN! É triste, é lamentável e é platônico!

Sim, platônico, prazer! Ou vai dizer que dá para existir sentimento em uma relação onde não existe toque, cheiro, olhares? Onde não existe uma voz! Ah, por favor, pelo amor da Minha Nossa Senhora Protetora das Virgens Solteiras, como acreditar em meia-dúzia de palavras que você nem sabe para mais quantas estão sendo ditas, e o pior, ao mesmo tempo?!


__Dá para acreditar em tudo que você lê?__

oOo Nany oOo diz:
Vc me ama?
Conrado " móderrélms a fandanguêra,,,." diz:
sim
oOo Nany oOo diz:
De verdade?
Conrado " móderrélms a fandanguêra,,,." diz:
sim
Conrado " móderrélms a fandanguêra,,,." diz:
mas essa realmente é uma pergunta dificil
oOo Nany oOo diz:
Vc quer alguma coisa de mim?
Conrado " móderrélms a fandanguêra,,,." diz:
vc
oOo Nany oOo diz:
Do jeito que eu sou?
Conrado " móderrélms a fandanguêra,,,." diz:
talvez
oOo Nany oOo diz:
Seria capaz de ceder ou mudar para me fazer feliz?
Conrado " móderrélms a fandanguêra,,,." diz:
depende em q
Conrado " móderrélms a fandanguêra,,,." diz:
tbm ñ pediria q vc mudasse por minha causa
oOo Nany oOo diz:
Então vc não acredita nessa relação?
Conrado " móderrélms a fandanguêra,,,." diz:
muito pouco
oOo Nany oOo diz:
e vc acha que vale a pena amar alguém q vc não acredita ter futuro?
Conrado " móderrélms a fandanguêra,,,." diz:
sim
Conrado " móderrélms a fandanguêra,,,." diz:
o amor está sobre todas as coisas



E, olha, que eu nem mencionei a pseudotragédia que é para colocar um fim nessas histórias. Simples, rápido e livre de quaisquer contra-indicações: basta clicar como botão esquerdo em cima do nome da pessoa, marcar a opção excluir contato, após bloqueá-la, e pronto! Você se livrará de um encosto até o próximo fim de semana quando, invariavelmente, conhecerá outra pessoa e começará tudo de novo.

É tudo tão descartável que você não precisa se dar ao trabalho de estar com alguém, basta permanecer algumas horas logado a internet e sua próxima conquista está pronta para ser iniciada.

Desculpa, mas eu deletei isso da minha vida. Quero a tecnologia ao meu favor. Quero que ela mantenha a proximidade, apesar da distância. Quero alguém que se dê ao trabalho de me fazer rir e esteja próximo o suficiente para ouvir. Quero alguém que eu possa ver os olhos brilharem ao sentir o meu perfume. Quero alguém que ao dizer que sente a minha falta possa tocar a minha pele e vê-la arrepiada. E, não der em nada, tudo bem, eu só preciso sentir que foi real.


terça-feira, 24 de março de 2009

Duas colheres de açúcar e uma porção de verdade


Diz um provérbio indiano que “Uma meia verdade equivale a uma mentira inteira”. Difícil aceitar que omissão e mentira compartilham da mesma sentença, mas imagine-se recebendo uma “meia” verdade e, depois de algum tempo, descobrindo a parte oculta. Pois é, você também sentirá o gosto amargo do capim que tem pastado durante todo o tempo. Inevitável!

Talvez, por isso, eu sempre tenha preferido uma dura verdade à uma doce mentira. Confesso não me lembrar de nenhuma ocasião em que a verdade tenha sido consoladora, pelo contrário, sempre me sinto atropelada por um rolo compressor, mas nunca precisei ruminá-la durante dias até ser absorvida pelo meu orgulho. A verdade, por mais dura que seja, não se questiona, e mesmo que não corresponda às suas expectativas, você se sente recompensado pela lealdade, portanto, é mais fácil superá-la.


É, mais uma que se recusa a aceitar a verdade...

Aprendi a valorizar a verdade depois que o meu primeiro namoradinho resolveu que seria mais feliz com uma outra pessoa. Ao invés dele simplesmente colocar um fim na nossa pseudorelação, ele achou que não tinha nenhuma obrigação em me dar qualquer satisfação e eu acabei descobrindo por acaso, quando a irmã dele me disse que a dita cuja tinha passado a noite na casa dela. Hein?! Me amarrota, né?!

Pior foi quando eu perguntei ao cidadão o que tinha acontecido e ouvi um curto e grosso: Nada! Nada?? Nada?? Como, Nada? Por favor, me diz que você não tomou seu Prozac hoje porque, sinceramente, isso é coisa de gente doida!

Durante 9 anos eu convivi com essa situação mal-resolvida. Durante 9 anos eu busquei respostas em todos os meus relacionamentos, tentava analisar as ações, as atitudes, as palavras, as mentiras e as verdades. Eu simplesmente não conseguia superar a falta de uma explicação e isso afetou todas as minhas relações posteriores. Sim, eu sou uma psicopatinha, acontece nas melhores famílias.

E, finalmente, um dia ensolarado de verão, ele entrou no MSN e disse: “Eu estava inseguro com a nossa relação. Você era ciumenta, impulsiva e eu não tinha maturidade suficiente para lidar com a situação, então, me desculpa, mas eu preferi seguir em frente”. Eu não sei explicar o bem que essas poucas palavras me fizeram, mas foi como se de repente tivessem ascendido a luz de um quarto escuro. Consegui ver tudo nitidamente.

A verdade não apenas liberta, ela é o princípio da maturidade, o catalisador das escolhas, o Prozac da alma. Não digo que a sinceridade pura e amarga é a solução de um relacionamento sem traumas, mas ela ameniza a culpa, previne o ressentimento e, principalmente, o faz pensar. A sua verdade pode não ser a minha, e eu também não tenho a pretensão de sempre compreendê-la, porém eu tenho dever de respeitá-la. E se o respeito é a base de qualquer relação, então, meu bem, pode confiar em mim porque a sua base é sólida.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Pontuando as verdades

O relógio marcava 3 horas da manhã. Ela dormia profundamente quando ouviu o telefone tocar. Acordou assustada e mal conseguiu ver o nome que acusava na bina. Ainda sonolenta, com a voz rouca, atendeu a ligação. Do outro lado, uma voz já conhecida, simplesmente dizia:

Preciso te ver!
Que horas são?
Quase 3horas. Preciso te ver, agora!
Você é louco?! Amanhã conversamos.
Amanhã não! Precisa ser agora. Estou em frente ao seu prédio, abre o portão para podermos conversar.

Desde o último encontro, há 3 meses, ela não tinha mais notícias dele. Durante 11 anos foram amigos confidentes, mas agora pareciam dois estranhos. Ela não reconhecia seus impulsos, sua arrogância, suas palavras desconexas. Ele não reconhecia suas palavras duras, indiferentes, sua falta de credulidade.

Na última vez que estiveram juntos, percebeu que ele a olhava longamente, como se tentasse adivinhar seus pensamentos. Enquanto ela falava do trabalho, ele afagava seus cabelos, às vezes, recostava suas mãos em seus braços, como se quisesse protegê-la. Mesmo assim, ela o sentia distante. Tentava falar sobre banalidades, mas ele não conseguia acompanhar o raciocínio. Estava longe.


O que está acontecendo com você? O que é tão importante que não dá para ser outra hora?
Não é assunto para ser ao telefone. Me deixa subir, por favor.

Ela não conseguia ignorá-o. Apesar de confusa, era seu amigo quem estava ali, eram 11 anos de amizade sendo colocados à prova. Sabia que para tamanha euforia, fosse qual fosse o assunto, estava sufocando-o.


Então, o que é tão urgente?
Preciso de um banho!
Você não fez essa algazarra toda por um banho. E antes que eu perca o que resta da minha paciência, acho melhor você explicar o que está acontecendo.
Você só pode ser uma cega para não perceber o que acontece.
Ou talvez, eu prefira não ver para não ter que fazer uma escolha.

Há tempos ela evitava esse confronto. Talvez não tivesse certeza, mas sabia exatamente que as coisas já não eram como antes. Ela não sabe bem como as coisas evoluíram, mas sabia que ao se dar conta, não poderia faltar com a verdade. Ela tremia. Estava tensa. Suas respostas serviam como refúgio, buscava defender-se de seus próprios sentimentos.

Eu quero você!
Você não sabe o que está falando.
Nunca estive tão certo. Tudo que eu quero, está na minha frente! Fui um tolo de fugir e tentar me esconder disso, mas agora eu estou aqui, e você é a única pessoa que pode colocar um fim nessa agonia.
Vá embora, por favor!
Não! Não antes de você me dar uma chance.
Somos amigos! Você sabe bem disso. Não dá para transformar carinho em paixão, pelo menos, não dá noite para o dia. Ah, por favor, não faça isso. Vá embora!,

Eu quero estar ao seu lado. Não é uma questão de corpos, mas de sentimentos. Quero sentir o seu cheiro, ouvir a sua voz, conversar sobre o seu dia. Quero acariciar seus cabelos, sentir a suavidade da sua pele, envolvê-la nos meus braços e fazê-la dormir.

Estava diante da cena mais encantadora da sua vida, e da mais terrível. Sabia que não o correspondia. Não negava a química que por tantas vezes a fez perder o chão, mas sabia que era apenas uma atração gerada pela intimidade que os unia. A verdade explodia de sua boca, e antes mesmo que se desse conta, viu seus olhos encherem d'água.

Oh, não! Por Deus, vá embora!
Você tem certeza disso? Tem certeza que não me quer? Que não podemos tentar?
Eu não poderia mentir para você. Lembra? Supersinceros!

Ela o viu baixar a cabeça. Silenciosamente, pediu que a perdoasse. Conseguiu lembrar de tudo que viveram até ali. Desde o dia que se conheceram, riram, brincaram, discutiram, se amaram... Mas, o envolvimento de um estava colocando um ponto final naquela brincadeira de criança, que aos poucos, foi se tornando incrivelmente deliciosa. Se lembrava com carinho dos reencontros. O tempo e a distância não foram capazes de apagar a afinidade, o respeito, tão pouco, a cumplicidade.

Não faz isso comigo, minha querida! Pelo Amor de Deus, isso não se faz...
Pensa que é fácil para mim? Mata-me a sua angústia e o seu desespero. Faz me sentir um lixo úmido e fétido por não ser capaz de corresponder a ti. Mas não posso enganar a nós, não nos faria bem... Ah, deixa o tempo passar e vai perceber que está confuso. É apenas uma carência e há de passar. Te juro!

Sentia seu estômago embrulhar. Queria acabar com aquela cena o quanto antes, voltar a dormir e esquecer essa noite. Jamais voltaria a pensar nela e, algum dia, seria compreendida. Teria seu amigo de volta e iriam rir desse episódio. Mas, por hora, tudo que via era seu melhor amigo sendo invadido por um amor não correspondido. Que ironia do destino! Ela que por tantas vezes o abrigou em seus braços consolando-o, agora o principal motivo da sua dor. Perdoa-me, amigo, diziam seus olhos. Perdoe-me por não ser digna do seu amor.

Ele não entendia. Estava ferido, desolado. Se esqueceria da amizade, do carinho, das horas e sinceridades compartilhadas. Se esqueceria daquela que por tantas vezes o fez sorrir com suas teses mirabolantes sobre o seu comportamento imaturo, porém doce e cativante. No fundo, admirava o seu orgulho e sua vontade de ser feliz e a recompensaria com a sua ausência... No fundo, não importava se ele nunca mais a teria por perto, desde que nunca mais sua querida amiga perdesse o sorriso.

terça-feira, 17 de março de 2009

Entregar-se ao desejo é dar paz ao espírito


Apenas os fracos não aproveitam a oportunidade de viver a felicidade por medo de perderem a sua paz de espírito. Como se fosse possível o espírito ter paz em dias vazios...

"Ela olhava pela janela da sua sala e se incomodava com aquela aparente serenidade. Do alto do 6º andar, via um dia claro, entre nuvens. Nem frio, tão pouco calor. Um navio atravessava lentamente um mar de águas calmas. Tudo estava exatamente como deveria estar.

“Engraçado!” - ela pensou – “Sempre desejou dias como aquele, mas não imaginava que a sensação que fosse sentir era de ...”. Não sabia explicar. Nem queria. Apesar de tudo, tinha o medo guardado dentro de si.

Então, começou a reconstituir tudo o que vivera até ali. Como, de repente, poderia ter acabado em um dia tão sem-graça? Nem o trabalho a incomodara mais. Tinha o emprego que sempre desejou, estava inebriada de tanta satisfação que nem era capaz de reconhecê-la.

Foi aí que se lembrou da última vez que sentiu a sua face arder. Seria impossível que seus pensamentos tivessem se tornado reais. Seu olfato até poderia enganá-la fazendo-a sentir aquele cheiro que tantas vezes a levaram aos céus, mas não seus olhos, jamais mentiriam para ela. Sem dúvida nenhuma, era ele.

Com um leve sorriso perguntou o que fazia ali. Mas, não ouviu nada. Só conseguia prestar atenção nos desejos que incendiavam o seu corpo e perturbavam a alma. Jamais esqueceu aquele sorriso. Dentes alinhados, meio amarelados, circundados por uma boca carnuda e vermelha. Por diversas vezes, sonhou com o contorno de seus lábios deslizando por toda a extensão do seu corpo, enquanto suas mãos acompanhavam aquela deliciosa expedição.

Tentou mais uma vez falar, queria uma voz, qualquer coisa que acabasse com aquele silêncio sufocante, e por um momento esqueceu que era ela quem não podia ouvir. Estava mais uma vez enfeitiçada. Tentava esconder o rubor do seu rosto, mas era inevitável. Sentia-se nua, invadida, possuída. Sua voz, cada vez mais rouca, apenas sussurrava algumas palavras sem sentido. Deixou que as armas caíssem e se entregou àquele olhar. Resistir só a levaria de volta à sua velha rotina vazia.

Lentamente, ela se aproximou. Deixou que seu corpo encontrassem o dele enquanto fechava a porta, e antes que pudesse se afastar, sentiu o toque das mãos dele em suas costas. Subiam vagarosamente, mas com a força exata, que a fez arrepiar, e quando finalmente alcançou a sua nuca, agarrou seus cabelos virando o seu rosto em direção ao dele.

Suas bocas se encontraram. E com a mesma velocidade, perderam-se nos abraços, quentes, fortes, ardentes... Esqueceram-se de onde estavam, apenas queriam sentir o prazer de estarem, finalmente, juntos. Caíram no sofá, sem pensar nas consequencias. Antes mesmo que pudesse perceber, ele subiu o seu vestido e apertou com força entre as suas pernas. Ela quis gritar. Sempre fora apaixonada por ele, mas tinha medo de perdê-lo caso isso viesse a se tornar realidade. E ali, enquanto sentia seus beijos e sua respiração ofegante, o ouviu dizer: “eu quero você!”. Entregou-se por inteiro e chegaram juntos ao êxtase.

Sentia que agora sua vida estava perdida, louca, não haveria como retirar o que fora dito. Estava entregue a paixão por um homem e conhecia as consequencias: só poderia esperar os dias de angustia quando ele não aparecesse, as frustrações pelas ligações não recebidas, a raiva por ter sido esquecida, as lágrimas quando outra fosse encubida de lhe dar prazer... E, ainda assim, jamais tivera sido tão amada.

Mais uma vez, respirou fundo, olhou pela janela, fechou os olhos e, lentamente, os abriu. Mas, nada aconteceu. Estava tudo ali, exatamente como deveria estar."



quarta-feira, 11 de março de 2009

Um par de meias pretas


A criatividade é 1% inspiração e 99% transpiração!
Eu começava a minha carreira em Janeiro de 2007 quando fiz minha promessa de Ano Novo: escrever um blog! Tinha consciência de que nada me adiantaria toda a inspiração do mundo se eu não praticasse. Enfim, o blog eu só fiz quase 2 anos depois, mas foi graças a esse texto que eu nunca mais parei de escrever.

Meu ano de 2009 começa hoje, então, fica o post em homenagem a todos aqueles que, como eu, sempre fazem de um novo dia, uma grande oportunidade!



"O céu está cinzento. É início do ano. Engraçado ver o início do ano cinzento. Início combina com sol porque todo início é feliz, não necessariamente feliz, mas dá essa perspectiva. As pessoas estão mais esperançosas... Sabe o que é mais engraçado? Não mudou nada! É só mais um dia após o outro. Quem será que teve a brilhante idéia de repartir o tempo em ano? Brilhante! Depois de 365 dias, as pessoas comemoram um novo dia como se fosse o primeiro de suas vidas, completamente diferente, completamente novo. Cheias de planos e expectativas, com vontade de corrigir seus erros. Muitas promessas e lágrimas, e um novo ano.

Eu não sei se eu que estou enganada, mas para mim, é só mais um dia. E não me chame de pessimista. É que para mim, não há um dia específico para mudar de vida. Não há uma hora ou um momento para eu corrigir os erros, para eu pedir perdão ou para fazer planos. Cada dia que eu acordo é uma oportunidade para isso.

Hoje mesmo, me lembrei de uma sensação que tive. Há alguns anos, eu era totalmente apaixonada por um rapaz. Foi uma paixão fulminante, daquelas que a gente não sabe bem explicar quando chega ou porque chegou. Na verdade, ela me fez acreditar que havia amor à primeira vista, porque na verdade, foi à primeira vista. Eu estava lá, parada, sentada no meu cantinho, fazendo nada, quietinha com outras três amigas. E aí, eu olhei para alguns rapazes jogando bola e então vi, aquele lá, correndo no meio da quadra de bermuda vinho, tênis branco e meias pretas. Acreditem, a meia era preta!


Imagine se fosse o contrário, hein, garotão?! Você não adoraria me ver de meias pretas?! Nhá!

Combinação ridícula, principalmente para mim, essa menininha mimada e egocêntrica que adorava caras de marca [essa era a expressão usada por minha mãe quando se referia aos garotos “populares” da minha cidadezinha do interior]. Aquele cara, que eu só conhecia de nome, que nunca tinha visto mais do que duas vezes na vida, que nunca tinha trocado uma palavra, aquele cara sem camisa, de bermuda vinho, tênis branco e meias pretas, tinha me proporcionado a melhor sensação da minha vida! Quem não acredita naquele frio na barriga, naquele calor que te esquenta e faz você ficar desesperada achando que todo mundo percebeu o quanto você está vermelha, naqueles longos pensamentos de menos de 30 segundos em que você sabe exatamente como será o primeiro beijo e a festa de casamento de vocês, nunca passou pela experiência fabulosa de estar apaixonado.

De repente, você vira uma criança. Você não tem limites, não tem pudores e muito menos regras. Você não sabe como aquilo vai começar, mas tem certeza que nunca vai terminar, que vai ser eterno e que a felicidade não é um conto de fadas que a gente só encontra nos livros da Bela Adormecida ou da Branca de Neve. Bom, mas antes que eu me perca em outro assunto, o que eu quis ilustrar é que essa sensação é como a do início... Ah, não entendeu? Simples. Ela te dá esperanças, alegrias, medos, frios na barriga, disposição, força, entre tantas outras, que o impulsiona a ir atrás dos seus objetivos, exatamente como as pessoas se sentem no Ano Novo: Revigoradas! Eu me apaixonei no dia 18 de Abril de 1999. Não era reveillon, mas para mim, o ano começava naquele instante.

E então, o que está esperando para fazer as coisas darem certo? Abra os olhos para quantas coisas você pode fazer acontecer, mesmo que não seja 01 de Janeiro de um ano qualquer. Não importa se é uma nova paixão, um novo emprego, uma nova escola, ou uma nova casa... Todos os dias são novos e cabe a você fazê-los se encher de força, determinação e alegrias, mesmo que o motivo seja um par de meias pretas".

PS.: Você sabe que é a minha maior inspiração. Obrigada por tudo, sempre...


segunda-feira, 9 de março de 2009

Dá para parar com a palhaçada?

Tudo é relativo!

Nunca ouvi nada mais verdadeiro. Seja qual for a situação, sempre existe o ponto positivo e negativo, tudo depende do seu referencial. Difícil é aceitar a condição, principalmente, quando o ponto negativo é exatamente o que recai sobre nós. Explico:

Esse fim de semana reunimos a equipe – um pequeno grupo de amigos composto por 18 mulheres e 5 homens. Bom, quando a galera se junta, o assunto na pauta é o HTP porque além de nos arrancar boas gargalhadas, é divertidíssimo entrar na Guerra dos Sexos! Entre uma bolha e outra, começamos a discutir o último espetáculo que um dos palhacinhos apresentou para nós. Avaliem:

Amiga médica, bonequinha de porcelana, estava ficando com um carinha eu-não-encarava-nem-sob-tortura há alguns meses. Tudo caminhava cor de rosa quando ele resolve fazer da minha amiga uma empresária circense: Olha, eu adoro estar com você e, realmente, você é uma mulher maravilhosa. Tive muita sorte em conhecê-la, mas sabe o que é? Minha ex que está na Conchichina e só volta daqui a 6 meses é muito especial para mim e eu resolvi esperar por ela.

Empresárias circenses: porque tem sempre um palhaço querendo dar show no nosso picadeiro!

Como boas amigas que somos, resolvemos nos solidarizar com a situação e baixamos o Exu no cidadão. Mas, em algum lugar da “Terra Santa de Nossa Paciência”, um outro grupo de amigas devia estar santificando o digníssimo por sua atitude, diga-se de passagem, encantadora. Oras, há de se convir que foi uma p*** sorte ele não cozinhar a mocinha, deixando-a estupefata de raiva quando daqui a 6 meses fosse trocada pela outra.

Depois de longas discussões, cheguei a um consenso de que julgar alguém por uma atitude é quase uma palhaçada tão grande quanto transformar alguém em palhaço. Veja bem, eu posso ficar contrariada por não ter sido escolhida, posso ficar chateada pelo cara ter me dado um fora, posso ficar brava por ter me iludido com a situação, mas não posso chamá-lo de palhaço por ele ter feito uma escolha que não me beneficiasse.

Não estou defendendo ninguém, muito menos nessa situação. O que eu quero dizer é que se fosse a minha amiga a vaca mocinha que estivesse do outro lado do mundo, estaria tudo perfeito.

Então, abro o primeiro manifesto do meu blog: Não dê tantos créditos para qualquer espetáculo! Em outras palavras, coloque-se em outro ponto referencial e avalie se você não está sendo muito crítica. Por favor, saia do seu posto de vítima e procure uma posição de ataque! Ou vai querer convencer alguém que você nunca fez uma escolha errada? Ou que magoasse alguém? Assuma o seu nariz de palhaço, mas com a certeza de que você nem sempre o usou e, em algum momento, o passará adiante.

Esteja certa que você é a responsável pela sua felicidade e, algum dia também fará escolhas para defender uma amizade, um amor, uma paixão... E como diria Leoni, “tudo é relativo se te fazer feliz, me faz feliz... E se a história for sempre assim, melhor para mim!”.


Amigas, não me odeiem! Só estou tentando dar uma nova perspectiva para a nossa dura realidade... Vocês sabem que eu amo muito todas vocês!

Qual é o preço da banana?

Eu nunca achei que fosse fácil crescer, mas não tinha idéia do quanto difícil seria. Crescer nos deixa vulneráveis, temerosos, nostálgicos... Crescer implica em fazer renúncias, aceitar derrotas e perceber que nem sempre o mundo será justo com você. Ter que ser gente grande quando você ainda se sente uma criança pode ser ainda mais doloroso.

E mesmo sabendo das dificuldades, eu quis arriscar! Antes perder lutando, do que nunca ter a chance de ganhar...

Nem sempre é fácil sorrir, nem sempre é fácil acreditar... Mas, eu tive FÉ! E quando se acredita que pode ir mais longe, quando se tem um foco, o mundo conspira a seu favor.

Foi quando eu encontrei quem me apoiasse. Quem me desse a mão nos momentos mais difíceis. Ser otimista quando acreditam que você tem potencial pode ser a grande diferença. Mais do que qualquer pessoa, eu sempre acreditei em mim.

Até que um dia, você percebe que todos os obstáculos aparecem com uma grande oportunidade: Escolher entre passar por cima ou superá-lo é a grande sacada!

Olhe em volta... Você não é melhor e nem pior do que ninguém. Então, o que o faz desistir?

Crescer nunca foi fácil, mas, hoje, eu tenho plena certeza de que nunca mais será tão difícil!

Hoje, ainda uma menina, mas que descobriu a mulher forte, segura e determinada que existe dentro dela... Ainda uma menina capaz de carregar uma tonelada sobre as costas, mas que teme ao enfrentar o coração... Ainda uma menina que desde criança aprendeu os valores e os princípios que fazem uma grande mulher!

Hoje, eu sei que tudo que eu escolhi teve um preço e, sinceramente, foi uma pechincha se comparado a tudo que eu ganhei!


sexta-feira, 6 de março de 2009

Uma topeira em minha vida!

Hoje eu entrei na terceira Crescente, logo após virar à esquerda da Minguante. Então, me dei conta que esse é momento perfeito para excomungar os Exus que ficam assombrando a vida de fiéis religiosas adeptas do comportamento pseudocristão. Ouvi um amém, irmãos? Amém!

Sinceramente, eu só posso acreditar que tem um pé-de-porco amarrado ao meu nome enterrado em algum centro por aí, encomenda das mal-comidas coleguinhas da escola que morriam de inveja do meu cabelo naturalmente liso e loiro que me dava uma particular popularidade entre os catos! Rá!

A verdade é a seguinte: depois de quase 8 anos protegida em um conto de fadas digno de produção da Disney, eis que a vida segue o seu ciclo e eu retomo a batalha por um Shrek que possa despertar a Fiona que existe em mim.

Tenho uma leve impressão que a minha fada-madrinha deve andar ocupada demais...

O problema é que, desde então, parece que houve uma mudança no comportamento macho-fêmea e, ao invés dos homens saírem à caça, são as mulheres que cumprem essa função. Oras, não sou nenhuma santinha hipócrita. Quem sou eu para recriminar essa atitude?! O que me assusta, na verdade, é essa aparente viadagem paciência que acometem os homens.

Tudo bem que eu nunca fui, por assim dizer, um poço de candura e serenidade, mas o que eu estou vendo são homens cada vez mais indecisos, confusos, cautelosos... LENTOS! Quando foi que mudaram a ordem das coisas? Por que ninguém me avisou que os “Machos Alfas” estavam extintos?

Veja bem, adaptar-se a essa nova realidade é até instigante, mas o que acontece é que mesmo você cumprindo todos os requisitos e após atravessar todas as etapas impostas, ainda se depara com um “Relaxa, tudo vai ficar bem!”.

Ahhhhh, mas que P**** é essa, meRmão?! Tá doooooooido?!


Olha, não é exigência, mas um papo reto seria muito bem-vindo, obrigada! Ou será alguém aí sabe dizer o que é “ficar tudo bem”?

Talvez, seria um “eu vou te dar um fora indolor muito em breve”? Ou quem sabe, “você nem vai perceber quando eu sumir de vez”? Ah, já sei, é algo como “eu estou dando um tempo nos relacionamentos e curtindo a vida a 200km/h, mas assim que eu estiver pronto, quem sabe no próximo século, pode deixar que você será a primeira a ser avisada. Por falar nisso, mantenha seus números disponíveis e atualizados, afinal, nunca se sabe quando eu precisarei deles!”.

Não me entendam mal. Eu não quero nenhum pré-casamento. Não procuro um marido. Eu só quero alguém capaz de tomar uma atitude (qualquer uma!!!), o que não deve ser tão difícil, afinal, até o Cafa é capaz disso.

Eu tenho uma teoria: Santo Antônio castiga aquelas que desperdiçam casamento colocando-as no final da fila. Agora, tem que passar por todos esses castigos para aprenderem que homem com H está muito difícil para nos darmos ao luxo de escolher.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Ele tem medo!

Minha última mania é ficar vagando de um blog para outro. Durante muito tempo, evitei escrever o meu porque isso me daria mais um motivo para justificar meu tempo excessivo na Internet exercitar a minha criatividade, e eis o perigo!

Enfim, entre os meus acessos favoritos, está o Papo de Homem. Rá! Quem sofre são meus amigos que ficam ouvindo as minhas teorias conspiratórias e, depois de muitos argumentos (e algumas cervas), são obrigados a admitirem que eu estava certa!

E, depois de um dia coçandosaco longo e atarefadíssimo, eu quase consegui ler todo o arquivo do PdH e já estava finalizando a minha leitura quando um post me chamou atenção: “Ele não tem medo de mim!”

Nem preciso dizer que fui levada para a terceira dimensão, em um estado quase de ecstasy profundo.


Melhor do que isso, só se eu acreditasse em disco voador!


Eu explico:

Você conhece um cara, vocês ficam e ele é um fofo (sinal de alerta!). A conversa evolui, o tempo usual do MSN tbm, vocês se esbarram uma ou outra vez, torpedinhos, promessinhas... Tá, tudo muito básico, e...?? E, de repente, “do nada” as coisas mudam. E você fica com aquela cara patética se perguntando: o que eu fiz?!

Quando chegava a esse ponto, eu e a minha ilustre amiga Creuza, já tínhamos uma (suposta) resposta: MEDO!


Machão, hein?! Talvez o seu amigo possa te proteger... Talvez se ele usar um chicote você se sinta mais confiante.


Engraçado?! Eu acho uma viadagem fofo... Juro! =)

A questão é que quando o cara percebe que está diante de uma mulher que consegue ser bonita, inteligente, simpática, independente, e ainda sabe fazer um bolo de chocolate, ele surta. E toda aquela pose de “eu sou o cara” some. De repente, ele se vê sem saber o que falar, sem saber como agir, e atormentado com a simples desconfiança de que “ela perceba” que ele quer tanto quanto ela, o cara resolve se afastar (ou disfarçar, se preferirem). E nós, mulheres? Bem...

A verdade é que para não ter medo de uma mulher, o homem tem que ser muito seguro, confiante e, principalmente, corajoso. Porque não é só medo de largar o mundinho másculo de cachaça e futebol nas quartas (nem vou comentar esse desespero ridículo), é medo de saber ouví-la por inteiro, penetrar em suas idéias, em seus anseios, olhá-la nos olhos, não ignorar nem 1% de sua alma. Medo de estar diante de alguém que possa fazê-lo se apaixonar.

Eu sei o que vocês estão pensando: que conversa de mulherzinha. Ah, confesso, coloquei um toque feminino. Ficou bem melhor, não?! =P

Mas o que interessa nessa história, afinal, é mostrar como nós, mulheres, ficamos impotentes. E diante dessa situação, talvez a única coisa honesta a ser dita seria:

“Não tenha medo de mim!

Não tenha medo de me acariciar demoradamente, de me fazer rir das suas piadas um tanto quanto sem-graça, eu sempre vou rir. Não tenha medo de ver o brilho dos meus olhos, de preencher o meu tempo livre... Ah, não tenha medo de me contar sobre os seus dias, de sentir vontade de me beijar... Eu juro que você não precisa ter medo de me olhar, de ver o quanto eu fico encabulada quando você está por perto... E, por favor, mais do que qualquer outra coisa, não tenha medo de me fazer feliz!”


quarta-feira, 4 de março de 2009

Quebrando as correntes

“Que menina linda!”
Costumavam balbuciar ao vê-la passar. Era quase que um mantra que se repetia por onde quer que fosse. E engana-se quem acredita que só os homens lhe diziam isso. Sim, as mulheres também se rendiam a graciosidade do seu sorriso e com sua irritante habilidade de convencer a todos, seja por simpatia, seja por convicção. Não era teimosa. Gostava de defender seus interesses e tinha profundo apego por suas idéias. Sua fonte inesgotável de criatividade dava vida aos seus temores, tornando-a frágil, ao mesmo tempo em que vivia seus maiores desejos. Era capaz de passar horas em um conto de fadas que jamais existira, sem a menor decepção quando, por fim, percebera que estava de olhos fechados.

Cresceu dona de passos firmes, andando com a competência e elegância de quem sabe aonde quer chegar e, principalmente, como. E consegue! Não há como duvidar da sua inteligência. Notória. Orgulha-se de ter conquistado uma carreira e sabe-se que ainda pode ir mais longe. E irá!

Mas, um certo desconforto paira quando indagada sobre um namorado...

Nem sempre foi assim. Houve aqueles que tentaram mais do que alguns minutos de sua atenção. Houve aqueles que conseguiram. Contudo, não entendiam que para o encanto permanecer era preciso deixá-la ser o que sempre foi. Era preciso não sucumbir ao desejo de aprisioná-la.

Antes, o que era admiração, virou objeto de discussão. Cada dia mais, aquelas características que outrora o fizeram se apaixonar se perdiam em um monte de palavras infundadas. Dizia ela que ao se olhar no espelho, não se reconhecia. As vozes, tão rotineiras, se calaram.

E já não era sem tempo, não teve medo. Fincou no chão o salto 15cm do seu scarpin favorito e saiu, sem sequer bater a porta. Àquela altura, a insignificância era tamanha que nem valeria à pena.

Ela redescobriu o seu valor. Não tem a menor pretensão de encontrar alguém perfeito porque quando se interessa por um homem vê nele o melhor que ele pode se tornar, para ele mesmo e para a vida. E, o mais importante, não poupa esforços para que isso aconteça. Segura de si, ela não tem pressa. Retomou o seu caminho e preferiu não levar suas armaduras. Sabe que jamais precisará se tiver ao lado alguém que queira fazer o mesmo por ela.

Texto inspirado no artigoMulher Alfa e seus efeitos nos homenspublicado por Dr. Love, personagem fictício, que assina a coluna no site Papo de Homem.

terça-feira, 3 de março de 2009

Vamos Fugir?

Lembro da primeira vez que vi um comercial das sandálias Rider na televisão. Resumindo, a história era um grupo de amigos viajando juntos, se divertindo em uma praia quase deserta, e a música que embalava o comercial era “Vamos Fugir” gravada, especialmente, pelo Skank.

O que sempre me encantou nos comerciais é sua capacidade de envolver e te projetar na cena, fazendo você desejar aquela emoção. Toda vez que eu via aquele comercial, eu queria viver aquilo. Sem espaço para amor, família, responsabilidade, dinheiro, dúvidas... Sem espaço para nada além do sol, do mar e da diversão.

O mais engraçado é que sonhos nem sempre dizem quando e a hora em que vão acontecer. Na maioria das vezes, simplesmente acontecem. E é preciso estar preparado para reconhecê-lo e agradecer a Deus por lhe dar a oportunidade de vivê-lo.

Há alguns meses eu mudei a minha vida. Resolvi que faria tudo diferente ao que estava acostumada. Eu me permitiria viver sem restrições, a experimentar coisas novas, a ousar. Eu viveria sem me preocupar com o que as pessoas iriam pensar, mas preocupada em me fazer feliz. E foi assim que eu comecei a me conhecer.

Desde então, soube o que me fazia bem e o que me fazia mal. Soube buscar novas oportunidades. Soube dizer não quando tinha vontade, a não fazer média com ninguém só para parecer legal. Soube aceitar quem eu sou!

Agora eu vivo intensamente. Tudo é tão perfeito que até os erros e as desilusões parecem ser uma dádiva. Eu aceito os meus erros e eles não me aborrecem mais. Eu deixo a casa desarrumada quando estou com muito sono, e vou à praia mesmo que meu peso esteja um pouco acima. Eu me divirto no trabalho e acho lindo tudo que eu faço porque sei que fiz o melhor que eu pude. Se não ganhou nenhum prêmio, não tem problema porque o maior prêmio eu já ganhei, o respeito dos meus colegas.

Posso não ter o maior salário, mas o que isso importa? Eu já consigo viver o meu sonho e eu já me reconheço no comercial da Rider. O que interessa se eu ainda não moro em um duplex se o que me faz bem é o sol ardente na minha pele, e o vento que embaraça meus cabelos loiros. E para que se lamentar pelo casamento que não deu certo, se eu posso olhar o mar azul e as amigas lindas a minha volta e dizer: Obrigada! Eu não poderia estar mais feliz. Talvez, não seja a música do Skank ao fundo, mas não foi menos maravilhoso por isso.

O próximo destino já tem roteiro. Espero que Deus continue me abençoando muito para que eu possa marcar através do meu bronzeado os dias felizes que terei.

Você também está convidado a ser feliz... Te encontro no paraíso... Até lá!

segunda-feira, 2 de março de 2009

A expectativa de um final não feliz

Não é engraçado como a expectativa é capaz de acabar com qualquer chance de um final feliz? Porque por alguma razão patética do destino, as coisas nunca saem do jeito que a gente espera. Pior, às vezes, passa tão distante, que é impossível não ter um desejo súbito de que aquilo nunca tivesse acontecido: chove na viagem há 01 ano programada, o frio em plenas férias na praia, o salto que quebra, o pneu que fura, o avião que atrasa, um trabalho que te prende, um recado que você não entende, os olhos que não se cruzam, o abraço que falta, o beijo que desaparece ou o reencontro que não acontece.

E diante desses obstáculos, o que há para fazer a não ser rir? Já que por alguma razão deu tudo errado, rir acaba sendo a única forma de você não perder o otimismo. Se eu consegui aprender alguma coisa nesses 24 anos de vida é que nada acontece por acaso, então, reclamar ou ficar se lamentando não vai melhorar em nada a situação. Pelo contrário, você acaba gastando tanta energia pensando no que poderia ter sido e não foi que não sobra tempo para aproveitar o pouco que ainda lhe resta.

Se você realmente quer uma coisa, vá e busque! O que impede as pessoas de serem felizes é o medo que elas tem de se arriscar, do que os outros irão pensar... Hoje, as pessoas têm mais medo de serem criticadas do que de viver. Aqui, eu parei!

A vida nos faz criar uma autodefesa que nos deixa sempre “armados”, e isso dificulta a compreensão, e um pequeno mal-entendido põe fim a longas horas de conversas, a sorrisos espontâneos, ao frio na barriga, a ansiedade pela chegada... Àquela sensação de que você realmente não precisa de muito para ser feliz.

Talvez eu seja, sim, uma mulher armada. E talvez isso assuste porque eu não tenho medo de querer, ou de me entregar, eu não tenho medo de ouvir um não porque as chances são as mesmas de ouvir um sim. Isso não significa que eu não seja frágil, significa, apenas, que eu sempre procuro um jeito de ser feliz, afinal, a vida oferece infinitas portas para a felicidade, eu só procuro uma que esteja aberta.

Hoje eu acredito que ser feliz é minha responsabilidade e de mais ninguém. Não deixo que os erros ou negligência dos outros atrapalhem a minha vida, não uso isso como desculpa para não fazer o melhor, para não reconhecer quando eu estou errada. E tudo o que eu posso esperar de você é sinceridade, de preferência, com um pouquinho de açúcar.

Encontros ao acaso

Hoje eu quis escrever para você. Você sabe, né? Desse jeito eu me dou melhor com as palavras. E, agora em especial, é o melhor momento para dizer tudo isso porque, bem, porque isso tudo está prestes a ter um fim.

Você apareceu meio que despercebido, indiferente, quase como uma curiosidade, mas que soube se fazer presente em quase todos os minutos da minha vida desde então. É engraçado como as coisas aconteceram. Eu nunca dei muita atenção para a internet. Aliás, nunca a usei para conhecer ninguém. Sempre ouvia histórias sinistras a respeito de encontros pela internet... Mas, com você foi tão diferente. Talvez por ter sido inesperado, espontâneo, casual.

Uma vez, em um filme, escutei que a vida sempre arruma um jeito. Acho que isso é verdade. Qual seria a outra explicação para o meu fascínio pela sua cidade? Eu quis tanto viver aí, e agora eu acho que era para isso, para te conhecer. E mesmo que não tenha dado certo, a vida deu um jeito.

A primeira vez que vi o seu nome e a sua foto, chamei o meu irmão e disse: Conheça o meu próximo namorado. Ele riu. Eu ri. Só que no fundo, eu sabia que era verdade. Eu sabia que não estava falando besteira. E os dias que se seguiram são inexplicáveis. Parece que eu te conheço há anos. Parece que você consegue ler os meus pensamentos, meus sentimentos mais íntimos. Ninguém nunca entendeu tão perfeitamente como você, tudo o que eu sinto. Sempre sabe o que dizer e quando dizer. Sempre sabe as palavras certas para me fazer rir e suspirar, mesmo que eu nunca tenha sentido o seu cheiro ou olhado os seus olhos.

Depois de você, meus dias não são mais os mesmos sem os seus e-mails. Um dia sem notícias suas é o suficiente para me deixar mau-humorada. Ao menor sinal da sua ausência, eu anuncio uma TPM súbita que toma conta de mim e me coloca em crise existencial.

Como? Eu ainda não sei. Sinceramente, é inexplicável a forma como eu me sinto, tão próxima a você, sem nunca tê-lo visto. E, ao mesmo tempo, me conforta saber que apesar de longe, tem alguém que se importa comigo, que sente a minha falta, que conta os minutos para que nossos olhares e sorrisos se cruzem.

Eu não sei se algum dia você terá paciência para ler isso tudo, ou, se algum dia você terá a oportunidade de lê-lo. Não importa. Não importa se tudo acabar sem nem ter começado. Não importa se o encanto se desfizer quando eu o encontrar. Não importa se eu descobrir que você é um saco ou se você detestar a forma como eu reclamo de tudo... Nada disso importa porque já me fez bem... Já me encantou... E já me fez sentir que tudo é possível, mesmo que seja improvável.

 
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